Um processo de limpeza e autocuidado. Não é só sobre ficar sem comer, é sobre deixar seu corpo se reconectar com a sua natureza, através desta prática milenar que possui uma série de benefícios! Conhece quais?

Você certamente já ouviu falar sobre jejum, mas você conhece o que realmente é, como fazer e como ele pode contribuir na sua saúde de forma efetiva? Jejum é um momento de não contato ou ingestão, uma prática milenar ideológica, religiosa e da natureza que promove estímulos variados em nosso corpo. A abstinência de alimentos gera um efeito positivo em nosso organismo, onde nos reconectamos, permitindo o acesso a nossa “farmácia interna”, ao nosso poder de reparo e cura. Muito além de ficar horas sem comer, essa ferramenta de saúde é sobre o que comemos quando não estamos em jejum e como preparamos nosso corpo para esse processo de limpeza e autocuidado.

Quais os benefícios?

É um normalizador hormonal – melhor forma não medicamentosa de melhorar a sensibilidade a insulina; modulação de leptina / grelina controlando a fome e te permitindo diferenciá-la da vontade de comer;

– Auxilia no processo de emagrecimento – ao não se alimentar o organismo busca nele esmo fontes alternativas de energia (glicogênio hepático, gordura estocada);

– Autofagia / reparação tecidual e celular e efeito anti-doença – Podemos dizer que a maioria das doenças se dá por um intoxicação do corpo – o que comemos, nos expomos, respiramos – quando nossa capacidade de detoxificação é menor que a intoxicação que sofremos diariamente, adoecemos. O jejum é um dos nossos mecanismos detox! Primeiro pela própria abstinência, onde deixamos de nos expor ao que nos intoxica. Segundo, na busca de formas alternativas de energia, após o glicogênio (glicose estocada) e gordura, seu organismo usa proteínas disfuncionais e “velhas” como combustível para exercer suas funções – isso promove uma limpeza desses elementos que faz parte do seu sistema de detoxificação, tão importante para o efeito anti-doença do jejum.

– Promove flexibilidade metabólica e auxilia na recuperação da saúde de nossas mitocôndrias – reaprende a usar a gordura como fonte de energia, um combustível mais limpo pois gera menos radicais livres;

– Aumenta o hormônio do crescimento (GH) – importante anabólico que ajuda na produção de massa muscular e queima de gordura;

– Acelera o metabolismo te mantendo mais focado – aumenta a adrenalina e uso de corpos cetônicos pelo cérebro;

– Ajuda a ter disciplina e liberdade em relação ao alimento – aprende a falar não, se afastar, ter persistência e consistência diminuindo a dependência a determinados elementos, auto-controle que inicia em controlar com o quê e quando se alimenta;

– “Limpeza do paladar” / purificação/ redução da compulsão – ao não ficar exposto ao excesso de alimento, melhoramos a resistência a dopamina, voltando a ter prazer com qualquer alimento.

– Anti-inflamatório – hoje sabemos que grande parte das doenças crônicas e metabólicas (doença cardiovascular, diabetes, câncer, obesidade, asma, Alzheimer) estão ligadas a inflamação crônica dos organismos. E por que esta inflamação contínua e de “baixa intensidade” ocorre? Por que temos um estilo de vida marcado por excesso de estresse, má alimentação, sono ruim e sedentarismo, que ativa cronicamente nosso sistea imunológico e leva ao aumento continuo do cortisol e de fatores de inflamação, capazes de ativar genes, desregular nossos hormônios e nossa saúde metabólica. O jejum é capaz de aumentar citocinas anti-inflamatórias, reduzir os fatores que levam a inflamação crônica, assim como modular o nosso hormônio do estresse que é o cortisol. – Pode ser feito em qualquer dieta – vegana, paleolítica, carnívora, cetogênica, vegetariana. E quais são os tipos de Jejum mais utilizados? VERDADEIRO – apenas água MODIFICADO – água, água com limão, chá, café sem adoçar (pode suar medicamentos e maioria dos suplementos em cápsula – avaliar com orientador), caldo de osso. Tempo de jejum e janela alimentar – > 16h jejum / 8h janela alimentar; 18h / 6h; 20h/4h; 24h (OMAD) todos os dias ou 1 a 3x/semana; 5/2 – faz jejum 2x semana.

Como iniciar:

Definir META SMART -> específica, mensurável, alcançável, que tenha relevância e tempo definido. – Definir seu objetivo inicial de fazer jejum; – Retirar alimentos processados e ultraprocessados – evitando excesso de carboidratos e comer alimentos de verdade, como carnes / ovos/ legumes / verduras / frutas. – Entender quantas horas iniciais seria fácil de fazer – ir aumentando com incrementos pequenos; – Quantas vezes na semana consegue aumentar seu jejum – 1 a 2h primeiras semanas; – Planejar a semana seguinte e como serão suas refeições e prática do jejum; – Anotar em um calendário horas de jejum e como se sentiu (sinais e sintomas); – Deixe esta evolução visível para ver seus resultados, ações, entender entraves. – Definir primeira avaliação da meta – rever primeiros passos em 1 mês. – Não dizer para as pessoas que vai começar a fazer jejum; – Eleger dias com mais atividade para a prática; – Não belisque entre as refeições e abuse de água, chá, café; – Entender o melhor horário para você de acordo com rotina e preferências.

● SUGESTÃO DE PROTOCOLO PARA COMEÇAR A PRÁTICA DO JEJUM:

● iniciar com 12h -> jantar cedo e só tomar café da manhã 12h depois – exemplo: jantar às 19h e tomar café da manhã às 7h. Erros comuns: – Uso do jejum como compensação – comeu demais em um dia e compensar ficando horas sem comer; – Ter uma alimentação inadequada – importância do que comemos antes e depois; – Não ingerir água / hidratar de forma adequada; – Acréscimo de gordura em excesso na bebida (óleo de coco/ TCM / manteiga). Jejuar tem efeito poderoso sobre equilíbrio corpo / mente e energia-espírito. Escolha a forma que se adapta melhor a você e procure a orientação necessária para transformar essas informações em conhecimento e assim ter papel principal na sua saúde e bem-estar.

Conte comigo.
Um abraço,
Dra Aline Fintelmam

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